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Chicago/ CBOT: A soja fechou de forma mista, depois de uma semana de ganhos e perdas intensa – MAIS SOJA


Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 16/05/2025
FECHAMENTOS DO DIA 16/05

O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,12%, ou $ -1,25 cents/bushel a $ 1050,00. A cotação de agosto, fechou em baixa de -0,10% ou $ -1,00 cents/bushel a $ 1046,25. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -1,52 % ou $ -4,5 ton curta a $ 291,9 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de -0,79 % ou $ -0,39/libra-peso a $ 48,93.

ANÁLISE DO MIX

A soja negociada em Chicago fechou o dia de forma mista e a semana em baixa. As cotações da oleaginosa operaram com grande volatilidade esta sexta-feira. No entanto, os preços acabaram praticamente estáveis com pequenos ganho e perdas, após uma semana em que as cotações atingiram uma máxima em 9 meses e devolveram rapidamente todos os ganhos.

A grande frustração do mercado está no retrocesso no projeto que inclui a extensão até 2031 dos créditos tributários, os chamados 45Z, para produtores de matérias-primas utilizadas na produção de combustíveis de baixo carbono para transporte terrestre e aéreo, incluindo o biodiesel.

Além disso, o Brasil está com sua safra quase que 100% disponível para o mercado, enquanto a Argentina avança na colheita. Órgãos de ambos os países aumentaram suas estimativas de safra. Com isso a soja fechou o acumulado da semana em baixa de -0,17% ou $ -1,75 cents/bushel. O farelo de soja caiu -0,75% ou $ -2,2 ton curta. O óleo de soja subiu 0,74% ou $ 0,36 libra-peso no período

Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA

a) No Brasil, o aumento das exportações de soja: Em sua atualização semanal, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) do Brasil elevou sua projeção para as exportações brasileiras de soja em maio de 12,60 para 14,27 milhões de toneladas, ante 13,48 milhões em abril e 13,47 milhões em maio de 2024. Em relação aos embarques de farelo de soja, a entidade elevou sua estimativa para o mês corrente de 1,88 para 2,34 milhões de toneladas, ante 2,21 milhões em abril e 1,97 milhão no quinto mês do ano passado.

b) O aumento de apenas 1,0 MT nos estoques finais mundiais, exceto China, divulgado pelo USDA nesta semana (vide USDA WASDE Report, maio 25), deixa uma situação apertada pera o consumo do resto do mundo, que pode elevar a demanda e os preços. A elevação do uso do biodiesel no Brasil e na Índia, bem como nos próprios EUA, poderá puxar as cotações da CBOT nos próximos meses.

FATORES DE BAIXA

a) Maior produção na América do Sul: Nesta semana a CONAB elevou a sua estimativa de produção brasileira de soja de 167,87 para 168,34 milhões de toneladas, próximo aos 169 milhões de toneladas projetados pelo USDA na segunda-feira. Por outro lado, a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) revisou sua previsão ontem, elevando sua estimativa de colheita de soja argentina de 45,50 para 48,50 milhões de toneladas. Somados, estes aumentos totalizam um volume adicional de 3,47 milhões de toneladas que ainda não tinham sido precificadas pelo mercado;

b) Bom ritmo de vendas dos agricultores brasileiros e argentinos: até o final de abril estas vendas dos agricultores tinham atingido cerca de 104 milhões de toneladas, 20 milhões a mais do que o ano passado. Destas a China comprou 5 milhões a mais do que o mesmo período do ano passado e a Argentina aumentou em 7,5MT o seu esmagamento;

c) Decepção momentânea com os mandatos de uso de óleo como biocombustível: A pressão foi novamente liderada pelo óleo de soja (a posição de julho caiu US$ 8,60 para um fechamento de US$ 1.078,70, alta de 0,74%. na semana), após especulações desde ontem de que o uso de biodiesel em mandatos de controle obrigatório nos Estados Unidos poderá ser menor do que o esperado pelo mercado. Essa especulação — um volume sugerido de biodiesel de 4,65 bilhões de galões, comparado a uma média de 5,125 bilhões de galões proposta no início do mês passado por uma aliança de produtores de petróleo e biocombustíveis — surgiu porque a Agência de Proteção Ambiental dos EUA não tornou pública a sugestão de cortes obrigatórios para 2026, enviada à Casa Branca para revisão;

d) Bloqueio do projeto que estenderia créditos tributários nos EUA: E se algo mais restou para prolongar a queda do preço do óleo vista ontem, foi um retrocesso no projeto que inclui a extensão até 2031 dos créditos tributários — os chamados 45Z — para produtores de matérias-primas utilizadas na produção de combustíveis de baixo carbono para transporte terrestre e aéreo, incluindo o biodiesel. E isso aconteceu hoje. Os linha-dura —os falcões fiscais — do Comitê de Orçamento da Câmara bloquearam a aprovação do “Grande e Belo Projeto de Lei”, que deveria ser discutido e aprovado pelo plenário da Câmara e depois enviado ao Senado para consideração rápida. As negociações sobre o projeto devem continuar durante o fim de semana;

e) Bom andamento da safra americana: Somando-se a esse cenário envolvendo o óleo, a melhora dos preços da soja também foi influenciada pelo bom andamento da safra americana 2025/2026, em condições ambientais bastante favoráveis.

Fonte: T&F Agroeconômica



 


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