O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -2,46%, ou $ -26,50 cents/bushel a $ 1051,25. A cotação de agosto, fechou em baixa de -2,54% ou $ -27,25 cents/bushel a $ 1047,25. O contrato de farelo de soja para julho fechou em alta de 1,54 % ou $ 4,5 ton curta a $ 296,4 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de 5,73 % ou $ -3,00/libra-peso a $ 49,32.
A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta quinta-feira. Os preços da soja tiveram uma boa alta nas últimas sessões, atingindo a maior alta em nove meses no início desta semana. No entanto, surgem preocupações sobre a política doméstica de biocombustíveis em meio a rumores de que as metas ficarão abaixo dos 5,25 bilhões de galões propostos por grupos do setor. Isso desencadeou uma rodada de vendas técnicas que empurrou os preços da soja e do óleo de soja para uma queda considerável ao longo do dia.
Além disso, o esmagamento de soja em abril foi -2,23% menor e os estoques de óleo de soja subiram 1,94% em relação a março. As vendas para exportação caíram 25% no comparativo semanal. A estimativa da safra Sul-Americana foi elevada pela Conab e Bolsa de Rosário em 3.470 milhões de toneladas. Esta quinta-feira formou uma tempestade perfeita para uma forte desvalorização do grão e seu subproduto.
Após cinco sessões consecutivas de alta, a soja caiu acentuadamente na sessão diária de Chicago, puxada para baixo pelo mercado de óleo, que foi negociado quase o dia todo no limite mínimo permitido de US$ 66,14 por tonelada, devido a rumores de que o uso de biodiesel não cresceria tanto quanto o esperado sob os novos mandatos de corte obrigatório nos Estados Unidos.
Nesse sentido, sem versões oficiais, especulou-se que a proposta submetida pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) para avaliação da Casa Branca conteria um volume sugerido de biodiesel para corte obrigatório em 2026 de 4,65 bilhões de galões, ante uma média de 5,125 bilhões de galões proposta à agência no início do mês passado por uma aliança de produtores de petróleo e biocombustíveis.
Além disso, no primeiro mau sinal para os especuladores, ontem, no primeiro dia de apresentações antes da Audiência Orçamentária do Congresso, o administrador da EPA, Lee Zeldin, disse que os novos mandatos seriam publicados nos próximos meses, mas sem especificar uma data, contrariando as expectativas dos operadores, que esperavam tal comunicação antes do final do mês passado.
Essa mudança nas expectativas desencadeou uma forte retração dos lucros por parte dos investidores, após a posição de petróleo de julho refletir uma alta semanal de 7,72% até ontem (o ajuste passou de US$ 1.070,77 para US$ 1.153,44 por tonelada) com base na provável extensão até 2031 dos créditos tributários para produtores de matérias-primas utilizadas na produção de combustíveis de baixo carbono. No fechamento de hoje, o contrato de julho caiu 5,73%, para US$ 1.087,30 por tonelada. Ou seja, a queda foi brusca, mas de um patamar de preços alto. Por outro lado, devido à especulação com menor utilização do petróleo e, portanto, com menor moagem, o valor do de farinha, mas de níveis muito deprimidos. A posição de julho da farinha subiu 4,96 e fechou em US$ 326,72.
Em seu relatório mensal, a Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos informou hoje que a moagem de soja em abril foi de 5,177 bilhões de toneladas, abaixo dos 5,295 bilhões de março, mas acima dos 4,611 bilhões de abril de 2024 e dos 5,025 bilhões previstos em média pelos produtores privados. Enquanto isso, a entidade reportou estoques de óleo de soja em 692.636 toneladas em 30 de abril, acima das 679.481 toneladas no final de março e das 640.472 toneladas previstas pelos traders, mas abaixo das 830.981 toneladas no mesmo período em 2024. Esse volume de óleo em estoque também pressionou o mercado.
O relatório semanal sobre as exportações dos EUA foi neutro a ligeiramente pessimista hoje, neste caso para o segmento de 2 a 8 de maio, dado que o USDA relatou vendas de soja para 2024/2025 em 282.400 toneladas, abaixo das 376.700 toneladas do relatório anterior e próximo do mínimo esperado pelos traders, que movimentaram uma faixa entre 200.000 e 500.000 toneladas.
“As vendas líquidas diminuíram 25% em relação à semana anterior e 28% em relação à média das quatro semanas anteriores”, disse a agência, que listou o Egito como o maior comprador, com 177.100 toneladas. Os números comerciais de 2025/2026 foram melhores, com vendas atingindo 429.900 toneladas, em comparação com apenas 9.800 toneladas no relatório anterior e em comparação com uma faixa estimada por empresas privadas entre 350.000 e 500.000 toneladas.
No Brasil, a Conab publicou hoje seu novo relatório mensal de estimativas agrícolas, elevando sua previsão para a safra de soja 2024/2025 de 167,87 para 168,34 milhões de toneladas, próximo aos 169 milhões de toneladas projetados pelo USDA na segunda-feira. A estimativa de exportação aumentou de 105,86 para 105,96 milhões de toneladas, ante 104,50 milhões estimados pela agência norte-americana.
Na Argentina, a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) revisou sua previsão ontem, elevando sua estimativa de colheita de soja de 45,50 para 48,50 milhões de toneladas.
Enquanto isso, em seu relatório semanal, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) informou hoje que, após um aumento semanal de 20 pontos percentuais, a colheita de soja
argentina avançou para 64,9% da área apta, o que representa um aumento anual de 1,2 pontos, mas um atraso de 5 pontos em comparação com a média das últimas cinco safras.
A produtividade média nacional é de 3200 quilos por hectare, 8% acima do ciclo anterior. A colheita de soja precoce avançou em 73,6% da área, com produtividade média de 3260 quilos, com resultados acima do esperado na região central. Em relação à soja de segunda safra, o avanço atingiu 41,9% das parcelas, com produtividade média de 2660 quilos No Núcleo Norte, com 65% de avanço, a produtividade está se consolidando, mantendo uma média de 3250 quilos, com recordes específicos que igualam ou até superam os obtidos para a soja precoce.
Nesse contexto, a projeção de produção nacional permanece em 50 milhões de toneladas”, informou a Bolsa de Valores. Na última segunda-feira, o USDA projetou a colheita da Argentina em 49 milhões de toneladas.
Fonte: T&F Agroeconômica
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