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Análise Ceema: Cotações do trigo em Chicago fecharam em US$5,32/bushel contra US$5,13 na semana anterior – MAIS SOJA


As cotações do trigo, em Chicago, após recuos importantes (no dia 12/05 o bushel bateu em US$ 4,99, a mais baixa cotação, para o primeiro mês, desde o dia 26/08/2024), fecharam a quinta-feira (15) em níveis bem melhores, atingindo a US$ 5,32/bushel, contra US$ 5,13 uma semana antes.

Assim como no caso do milho, as negociações comerciais entre EUA e China pouco influenciaram nos preços do trigo. Entretanto, os dados do relatório de oferta e demanda, do dia 12/05, foram importantes. Os mesmos apontaram, para o ano de 2025/26, os seguintes números:

1) A área a ser semeada com todos os tipos de trigo, nos EUA, reduzirá em 1,5% sobre o ano anterior;

2) A produção do cereal, nos EUA, está projetada em 52,3 milhões de toneladas, contra 53,6 milhões em 2024/25;

3) Os estoques finais estadunidenses somariam 25,1 milhões de toneladas, contra 22,9 milhões um ano antes;

4) O preço médio ao produtor estadunidense de trigo, em 2025/26, deverá ficar em US$ 5,30/bushel, contra US$ 5,50 no ano anterior;

5) A produção mundial do cereal somaria 808,5 milhões de toneladas, com um aumento de 1,1% sobre a do ano anterior;

6) Os estoques finais mundiais de trigo chegariam a 265,7 milhões de toneladas, ou seja, apenas 500.000 toneladas acima do registrado no ano anterior;

7) A produção da Argentina chegaria a 20 milhões de toneladas e a do Brasil em apenas 8 milhões.

Dito isso, nos EUA, até o dia 11/05, 54% das lavouras do trigo de inverno estavam em condições entre boas a excelentes, enquanto 28% estavam regulares e 18% entre ruins a muito ruins. Já a semeadura do trigo de primavera alcançava, na mesma data, 66% da área esperada, contra 49% na média histórica. Do total semeado, 27% se encontravam germinados.

Em paralelo, notícias vindas da China dão conta de que o país teria comprado entre 400.000 a 500.000 toneladas de trigo oriundas da Austrália e do Canadá. Isso em função do calor que se abate sobre as principais regiões produtoras chinesas do cereal. Lembrando que a China é o maior produtor de trigo do mundo, porém, o clima não está ajudando neste ano. Na prática, a China tem sido, nos últimos anos, um dos maiores importadores de trigo do mundo igualmente, adquirindo cerca de 11 milhões de toneladas anuais. Compradores chineses, diante da guerra comercial com os EUA, estavam evitando comprar o produto estadunidense, fato que colaborou para a forte queda nas cotações do produto em Chicago nas últimas semanas (cf. Reuters).

E no Brasil, os preços do cereal de qualidade superior, no Rio Grande do Sul, continuaram em recuo, com as principais praças negociando o produto a R$ 70,00/saco. Enquanto isso, no Paraná o valor se manteve em R$ 80,00. O plantio da nova safra avança no Paraná, com 38% da área esperada já semeada até o dia 11/05. Já no Rio Grande do Sul pouca coisa havia sido semeado, sendo que a melhor janela de semeadura do cereal se abre em 20 de maio. Lembrando que a valorização do Real e o recuo dos preços internacionais do trigo favorecem a importação do mesmo, fato que ajuda a segurar os preços internos ao produtor. Por enquanto, a tendência de forte redução semeada nesta nova safra não tem impactado para cima os preços nacionais.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 


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agromt

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