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Análise Ceema: Após poucas oscilações, fechamento do trigo desta quinta-feira ficou em US$5,13/bushel em Chicago – MAIS SOJA


Por Argemiro Luís Brum

Após poucas oscilações, a cotação do trigo, em Chicago, para o primeiro mês cotado, pouco se alterou em relação a semana anterior. O fechamento desta quinta-feira (08) ficou em US$ 5,13/bushel, contra US$ 5,19 uma semana antes.

Enquanto isso, o plantio do trigo de primavera, até o dia 04/05, atingiu a 44% da área esperada nos EUA, contra 34% na média histórica. Já as condições do trigo de inverno, no dia 04/05, se apresentavam com 18% das lavouras entre ruins a muito ruins, 31% regulares e 51% entre boas a excelentes.

Por outro lado, a produção do cereal no Canadá deverá crescer 2% em 2025/26, devido a aumento de 2,6% na área semeada (cf. USDA). A área total plantada com trigo naquele país deve atingir 11,1 milhões de hectares. A maior parte do crescimento virá do trigo de primavera, com incremento de 193.000 hectares, enquanto o trigo duro deve manter a mesma área e o trigo de inverno terá um acréscimo de 90.000 hectares, principalmente na província de Ontário. A produção total de trigo canadense está estimada em 35,6 milhões de toneladas. Caso essa projeção se confirme, será o maior volume desde a safra histórica de 2013/14, quando o país colheu 37,5 milhões de toneladas. Lembrando que o Canadá é um dos principais produtores e exportadores de trigo do mundo. Para 2025/26, as exportações canadenses devem crescer 2% em relação ao recorde de 26 milhões de toneladas do ano anterior (cf. Agrolink).

E no Brasil, apesar de os preços do trigo terem subido em abril, nestes primeiros dias de maio o mercado se estabilizou no Paraná e está em recuo no Rio Grande do Sul. No início de abril passado, o valor médio ao produtor rural foi de R$ 80,00/saco no Paraná e R$ 74,00 no Rio Grande do Sul. Hoje o mesmo permanece em R$ 80,00 nas principais praças paranaenses, porém, recuou para R$ 71,00 nas principais praças gaúchas.

Por sua vez, a Abitrigo informou que a moagem de trigo no Brasil, em 2024, cresceu 3% sobre o ano anterior. O volume total moído foi de 13,2 milhões de toneladas em 150 plantas industriais, com um aumento de 380.432 toneladas. A destinação das farinhas produzidas seguiu a tendência de anos anteriores: panificação e pré-misturas (30%), indústria de massas (15,4%) e indústria de biscoitos (11,9%). O trigo importado representou 50% do total moído, sendo que o Norte e o Nordeste apresentaram a maior proporção do cereal importado.

Enfim, segundo a TF Agroeconômica, justificando o comportamento atual dos preços, o mercado de trigo no Sul do Brasil segue com dinâmicas distintas entre os estados. No Rio Grande do Sul, as duas últimas semanas foram marcadas por vendas expressivas por parte dos produtores às cooperativas, que, por sua vez, têm repassado o trigo aos moinhos. “Com os moinhos já abastecidos para maio e parte de junho, os preços recuaram. O mercado segue vendedor, com cerca de 50.000 toneladas disponíveis, e negócios pontuais foram registrados a R$ 1.400,00/tonelada no FOB, com ofertas chegando a R$ 1.390,00/tonelada para trigo com PH 76. Para a safra futura, os preços seguem em R$ 1.340,00/tonelada sobre rodas no porto, com moinhos ainda fora das negociações. Em Santa Catarina, o cenário é oposto: há escassez de ofertas e estabilidade de preços no balcão por quatro a cinco semanas. Uma oferta de trigo gaúcho apareceu naquele Estado a R$ 1.450,00/tonelada FOB, e uma compra de trigo melhorador no RS foi feita a R$ 1.510,00/tonelada FOB.

 Já os preços pagos aos triticultores permaneceram estáveis, entre R$ 75,00 e R$ 80,00/saco conforme as diferentes regiões. E no Paraná, a dificuldade em encontrar trigo nacional tem levado à procura por produto ou farinha da Argentina, mantendo os preços elevados. Para a safra atual, há compradores pagando R$ 1.600,00/tonelada FOB, com entrega em junho e pagamento em julho. Vendedores pedem de R$ 1.600,00 a R$ 1.650,00/tonelada FOB, com poucos negócios realizados. A nova safra ainda não despertou interesse vendedor, e os compradores indicam valores entre R$ 1.450,00 e R$ 1.500,00/tonelada CIF moinho” (cf. Agrolink).

Apesar dos preços firmes no Paraná, segundo o Deral, o lucro do triticultor paranaense recuou. O preço médio semanal apurado subiu 0,33%, chegando a R$ 80,16/saco, enquanto o custo de produção estimado está em R$ 73,53/saco. Isso representa um lucro médio de 8,85%, contra os 13,39% registrados anteriormente.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 


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