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Divergências em contratos de soja viram caso de polícia em MT


Boa produção e clima favorável. É assim que a safra 2024/25 foi classificada pelos produtores de soja de Mato Grosso. Apesar disso, os preços achatados e custos elevados continuam “comendo a renda do produtor por uma perna”, como eles mesmo dizem, e as divergências na classificação de grãos se tornam outro motivo de apreensão.

Em Diamantino produtores chegaram a registrar boletim de ocorrência diante das divergências na classificação de grãos.

Conforme o presidente do Sindicato Rural de Diamantino, Altemar Kroling, ao Patrulheiro Agro desta semana, a safra produziu bem mas teve preços achatados.

“Tudo teve um custo elevado, principalmente, o óleo diesel que vem comendo a renda do produtor por uma perna”. 

De acordo com o Sindicato Rural, Diamantino cultivou nesta safra 420 mil hectares de soja.

“A mão de obra, a prestação de serviço, quem é arrendatário sente mais na pele, tem muitos arrendamentos vencendo aí, e estão sendo reajustados, o produtor não está conseguindo fazer um planejamento da safra futura”, afirma Kroling.

As divergências na classificação de grãos é outro motivo de apreensão no município. Teve agricultor que fez boletim de ocorrência contra empresa receptora de grãos por causa de descontos considerados abusivos na hora da entrega da produção.

O Rogério Kroling, que também é agricultor na região, fez um contato de 41 mil sacos de vendas. 

“Um barter que foi feito com uma empresa e essa empresa fez a venda para uma multinacional, a multinacional ela terceiriza para uma empresa classificadora, onde manda um classificador na fazenda para fazer essa averiguação do produto. Virou um caso de polícia porque cada um tem que defender os seus direitos dentro da norma da lei”, conta Rogério. 

Na safra 2024/25 o agricultor cultivou 4,1 mil hectares de soja na região de Diamantino.

“Tivemos a infelicidade de uma péssima classificação com impureza, com carrapicho e com inseto. Chamei o classificador da Aprosoja-MT onde foram feitas as análises e constatou que não tinha nada de anormal, tudo dentro da legalidade. Nós temos o laudo onde que a originadora fez através da sua terceirizada e o laudo do classificador da Aprosoja-MT, inclusive foi pedido que a multinacional acompanhasse fazer esses laudos e não apareceu”, explica. 

Indignado com o resultado da classificação, o agricultor decidiu não entregar a carga contida em oito caminhões e procurou outra empresa receptora de grãos do município para negociar o produto.

“Acho que como parceiros comerciais entre produto e a multinacional o produtor deveria ser muito mais bem atendido, a empresa vai receber o produto dentro da qualidade específica”, pontua Kroling.

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural MT

Alter explica a apreensão em momentos como este uma vez que mais de 40% da soja, ainda precisa ser comercializada e 60% para ser retirada dos armazéns. 

“A própria trading também  poderia ter um classificador na região também credenciado do MAPA para não haver essas divergências e finalizar essas discussões e embates nas classificações”. 

Delegado da Aprosoja Mato Grosso, Flávio Kroling, afirma que a primeira preocupação é colher e pagar as contas. Para ele, diante de tantos problemas para produzir, é injusto quando tudo está certo, ainda apresentar problemas na comercialização. 

“Nós não vamos tolerar episódios como esse, essa é uma ferramenta indispensável que está à disposição de todo produtor aqui no estado de Mato Grosso”, finaliza. 

+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro


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