Dono da terceira posição no ranking de estados brasileiros que mais produzem soja — o principal grão exportado pelo país — o Rio Grande do Sul tem atravessado um período de forte estiagem ao longo dos primeiros meses de 2025, o que já comprometeu mais de 50% da primeira safra de soja gaúcha do ano, a quarta a dar prejuízo aos produtores da região.
Além da falta de chuva, o impacto negativo nas lavouras é reflexo do fato de que altas temperaturas fazem com que pragas se proliferem mais rápido, tendo em vista que muitos insetos e microrganismos têm seu metabolismo acelerado com o calor, aumentam sua taxa de postura de ovos e enfrentam menor mortalidade natural. Com a soma desses fatores, os produtores gaúchos ampliam o prejuízo da safra, tendo que desembolsar não apenas para a irrigação das lavouras, mas também para a realização de duas a quatro pulverizações para contenção das pragas que ameaçam o cultivo, conforme explica o Dr. Oderlei Bernardi, professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), especialista na área de Manejo Integrado de Pragas.
“Os produtores de soja têm enfrentado uma série de desafios na atualidade, em especial em relação às pragas agrícolas. Isso porque, além da proliferação mais rápida, o que tem acontecido, não só na agricultura brasileira, mas em vários outros países da América do Sul, da Europa, da Ásia e assim por diante, é um problema crescente da resistência de insetos a práticas de controle”, pontua.
Sabendo disso, junto ao professor da UFSM Dr. Adriano Arrué Melo e a pesquisadores da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bernardi desenvolveu uma inovação baseada em nanoformulações de ativos químicos com foco no manejo do percevejo marrom e da lagarta falsa medideira, ambas pragas que ameaçam a cultura da soja.
Segundo o Dr. Adriano Arrué Melo, coordenador do grupo de pesquisa de Manejo Inteligente em Tecnologia de Aplicação, os pesquisadores utilizaram a nanotecnologia aliada ao uso de sinergistas — substâncias que não têm efeito inseticida ou herbicida por si só, mas que aumentam a eficácia dos defensivos agrícolas — para melhor performance no manejo dos insetos.
“O que nós fizemos foi incluir um sinergista dentro dessa formulação que, além de nanométrica, possui um aditivo para realmente quebrar a resistência dos insetos praga, reduzindo a necessidade de pulverizações de quatro para uma, ou seja, uma redução de 75% no gasto do produtor com pesticida”, destaca o Dr. Adriano.
O depósito do registro de patente já foi realizado e a tecnologia está disponível para licenciamento. A pesquisa contou com o respaldo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAgro), órgão que visa qualificar e congregar recursos humanos de alto nível de diferentes áreas para promover avanços na fronteira do conhecimento em nanotecnologia para Agricultura Sustentável, e no qual participam os pesquisadores envolvidos na inovação.
Criado com o objetivo de qualificar e congregar recursos humanos de alto nível de diferentes áreas para promover avanços na fronteira do conhecimento em nanotecnologia para Agricultura Sustentável, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAgro) faz uso de componentes da biodiversidade brasileira e de suas interações ecológicas para desenvolver sistemas integrados para o controle de pragas e doenças, nutrição e estímulo de crescimento vegetal, de forma a aumentar a produtividade agrícola sem desconsiderar a segurança ambiental e da saúde humana, criando um protagonismo do país no cenário mundial.
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Fonte: Assessoria de imprensa INCT NanoAgro
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