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Milho: tarifas e clima movimentam o mercado, mas consumo interno limita preços

Na última semana, o mercado do milho apresentou comportamentos distintos entre os contratos futuros e o mercado físico. Fatores como o avanço das tarifas sobre o milho dos Estados Unidos e as condições climáticas no Brasil impulsionaram os preços nas bolsas internacionais e na B3, mas a demanda interna limitada pressionou as cotações físicas para baixo.

Segundo análise da plataforma Grão Direto, o cenário segue volátil e com influência direta de fatores externos e climáticos, enquanto o mercado interno se fortalece como principal destino do grão nesta safra.

Tarifas e USDA movimentam o cenário do milho

A decisão da União Europeia de impor tarifas de 25% sobre o milho norte-americano a partir de 15 de abril gerou expectativa de redirecionamento nas exportações globais. A medida pode favorecer o milho brasileiro, ampliando sua competitividade no mercado europeu.

O relatório mais recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou em quase 1% a projeção global de produção de milho e em mais de 2% as exportações, ao mesmo tempo em que reduziu os estoques finais em 1,29%. No Brasil, os dados permanecem estáveis.

Clima favorece plantio de milho no Matopiba

Após atrasos pontuais no plantio devido às chuvas irregulares, o Inmet aponta previsão de condições mais favoráveis na região do Matopiba nos próximos dias. No entanto, os modelos climáticos indicam a transição para o fenômeno La Niña, o que deve impactar a segunda safra de milho.

A partir de maio, cresce o risco de queda nas precipitações e nas temperaturas, especialmente em estados como Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Nessas regiões, o milho estará em fase crítica de desenvolvimento, o que exige atenção redobrada por parte dos produtores.

Bolsa em alta, físico em baixa

Na Bolsa de Chicago, o milho encerrou a semana cotado a US$ 4,89 por bushel, com alta de 6,3%. No Brasil, o contrato de milho para maio de 2025 na B3 subiu 3,85%, fechando a R$ 79,33 por saca. Apesar do otimismo nas bolsas, o mercado físico registrou recuo, refletindo a fraqueza da demanda interna.

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) aponta que cerca de 42% do milho da nova safra já foi comercializado até a primeira semana de abril, com a produção estimada em pouco mais de 47 milhões de toneladas. O destaque, neste ciclo, é o mercado doméstico, puxado principalmente pela demanda das usinas de etanol e por preços mais atrativos internamente.

Tendência da semana

Para os próximos dias, a expectativa é de continuidade no comportamento misto do mercado: enquanto os contratos futuros podem seguir valorizados, o mercado físico deve manter o ritmo de ajuste, ainda pressionado por uma demanda local enfraquecida. O cenário climático e o andamento da safrinha seguirão como fatores importantes para os movimentos do setor nas próximas semanas.

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