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Brasil deve focar em estratégia e evitar tomar partido, diz economista da Farsul

O Brasil não deve entrar em guerra comercial, mas tentar se beneficiar dela. Essa é a avaliação do economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, ao comentar o acirramento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

A declaração foi feita em meio à escalada nas tarifas comerciais por parte das duas maiores potências mundiais. Somente nesta semana, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou dois aumentos sobre as tarifas de importação de produtos da China, com uma taxa de 145% até a atualização da reportagem. O governo chinês anunciou retaliações, com tarifas de 125% sobre os Estados Unidos.

Mais espaço para as exportações brasileiras

Sobre os possíveis benefícios para o Brasil, especialmente o agronegócio, o economista lembra que o setor de grãos brasileiro foi o mais favorecido durante o primeiro mandato de Trump, quando o republicano deu início a uma guerra comercial com a China.

Segundo Antônio da Luz, a imposição de tarifas aos produtos norte-americanos abriu espaço para o Brasil expandir sua participação no comércio internacional.

“Naquele momento, nós exportávamos 60 milhões de toneladas de soja, e os Estados Unidos, 55. De lá pra cá, o Brasil saltou para 105 milhões, enquanto os EUA recuaram para 45”, lembrou.

Brasil deve focar em ações coordenadas

De acordo com o economista-chefe da Farsul, o país deve evitar tomar partido e focar em estratégias comerciais coordenadas entre governo e setor privado. “Nós temos que criar mecanismos para entrar nesses países que estão em guerra comercial e colocar o nosso produto lá, como fizemos da outra vez”, defendeu. Ele citou entidades como CNA, Abiec, ABPA e Apex como peças-chave nesse movimento.

Antônio da Luz também reforçou que aumentar impostos é um erro, especialmente em tempos de desaceleração econômica global. “Se tem uma coisa que atrapalha o desenvolvimento econômico é aumentar a carga tributária”, afirmou.

Para o economista, o Brasil tem tudo para sair ganhando – desde que saiba usar “muito mais a inteligência do que as emoções”.

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