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Análise Ceema: Cotações da soja em Chicago esteve em baixa nesta semana – MAIS SOJA


Por Argimiro Luís Brum

A cotação da soja, em Chicago, para o primeiro mês, esteve em baixa nesta semana, com o bushel da oleaginosa chegando a US$ 10,01 nos dias 25 e 26. Já no fechando da quinta-feira (27) houve recuperação, com o mesmo fechando o dia em US$ 10,16, contra US$ 10,13 uma semana antes.

O mercado se concentra nos relatórios de intenção de plantio e estoques trimestrais, que serão divulgados pelo USDA no próximo dia 31/03. A expectativa inicial é de uma redução na área a ser semeada com soja nos EUA neste ano de 2025. E isso, pucous para cima a cotação desta quinta-feira (27). Mas o centro do assunto é a produtividade que a safra terá, na medida em que o clima vem sendo muito instável nos últimos anos. Por enquanto, as projeções indicam que a área plantada de soja nos EUA pode cair de 35,2 milhões para 34,0 milhões de hectares em 2025/26. Lembrando que o produtor estadunidense “decide entre soja e milho com base na relação de preços entre as culturas e, nesse momento, a soja está perdendo competitividade, mas isso não significa necessariamente um aperto na oferta.”. Em tal contexto, se a produtividade não corresponder às expectativas, os preços podem reagir no segundo semestre de 2025. No entanto, se a produção superar as projeções, a pressão baixista sobre a soja tende a aumentar (cf. Biond Agro).

Vale ainda destacar que, na semana encerrada em 20/03, os EUA exportaram 922.100 toneladas de soja, representando um aumento de 56% sobre o exportado na semana anterior.

Aqui no Brasil, com o câmbio girando entre R$ 5,70 e R$ 5,75 em boa parte da semana, e prêmios positivos entre US$ 0,75 e US$ 1,15/bushel nos portos conforme os interesses de comprador e vendedor, a pressão baixista em Chicago se fez um pouco presente.

Com isso, as principais praças gaúchas fecharam a semana negociando o saco de 60 quilos da oleaginosa em R$ 125,00, embora a média estadual tenha registrado R$ 127,60. Nas demais praças nacionais os preços igualmente cederam um pouco, ficando entre R$ 104,00 e R$ 119,00/saco. Na prática, neste momento são os prêmios que estão segurando os preços internos da soja, graças a guerra comercial imposta pelos EUA, a qual atinge igualmente a China. Neste caso, o país asiático tende a aumentar as compras do produto brasileiro e argentino. Se os prêmios estivessem dentro da normalidade, para este momento de colheita brasileira, a média gaúcha estaria ao redor de R$ 112,00/saco (menos R$ 13,00/saco em relação ao praticado atualmente) e no restante do país entre R$ 91,00 e R$ 103,00/saco dependendo da região.

Dito isso, a colheita da atual safra teria alcançado 74% da área até o final da semana anterior, estando mais avançada na comparação com o ano anterior (cf. Pátria AgroNegócios).

No contexto do anúncio de estimativas para a colheita atual, a consultoria AgRural acaba de reduzir sua expectativa final para a soja, indicando 165,9 milhões de toneladas, a partir do fato de que a safra gaúcha piorou, sendo que sua colheita, nas principais regiões, está indicando uma quebra entre 50% e 60% em relação ao previsto. Sem falar que, em muitos locais, a qualidade do grão colhido é ruim. Assim, o Estado gaúcho, em se confirmando esta porcentagem de quebra até o final, deverá colher entre 11 e 13,2 milhões de toneladas. Mesmo assim, espera-se um recorde na produção final brasileira, já que a maior produção nacional, segundo a Conab, foi alcançada em 2022/23 com 155,7 milhões de toneladas.

Isso se deve ao fato de que outros Estados produziram acima do esperado. É o caso do Mato Grosso, que teria alcançado 49,5 milhões de toneladas. Se este volume for confirmado, o referido Estado deverá colher mais do que a Argentina neste ano, cuja a safra, também com quebra, deverá ficar ao redor de 48,6 milhões de toneladas.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 


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