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Aplicações finais em soja: Até quando fazer ? – MAIS SOJA


Para assegurar a boa produtividade da soja, um programa adequado de aplicações de defensivos agrícolas deve ser empregado no manejo fitossanitário da cultura, garantindo assim a redução da influencia de fatores bióticos na produtividade da cultura. Contudo, embora diferentes defensivos possam ser empregados com esse intuito, os benefícios para a produção de grãos, é limitado ao período em que a planta mãe apresenta ligação com os grãos/sementes.

Nesse sentido, os benefícios de produtos foliares aplicados na cultura da soja com o intuito de aumentar a produção, sejam eles, bioestimulantes, fertilizantes e/ou reguladores do crescimento, estão condicionados ao momento de aplicação (estádio de desenvolvimento da soja).

Portanto, é necessário compreender a fenologia da soja e como os estádios do desenvolvimento da planta afetam sua fisiologia e produtividade. Basicamente, a forma mais usual da fenologia da soja, estabelecida por Fehr & Caviness (1977), divide os estádios da soja em vegetativo (V) e reprodutivo (R) (figura 1). O período reprodutivo, é o período de maior requerimento nutricional e hídrico da cultura, sendo comum o aporte micronutricional e o uso de substancias bioestimulantes nesse período, entretanto, até quando as aplicações via pulverização são benéficas para a produtividade da soja?

Figura 1. Fenologia da soja. Escala de desenvolvimento da planta.

De acordo com Zanon et al. (2018), o estádio R6, conhecido como “grão cheio” ou “grão completo”, caracteriza-se pela presença de grãos verdes preenchendo as cavidades dos legumes em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folhas totalmente desenvolvidas. Na sequência, o estádio R7 marca o início da maturação fisiológica da planta, fase em que ocorre o máximo acúmulo de matéria seca nos grãos, cessando a absorção de água e nutrientes. Em soja, R7 é identificado pela presença de pelo menos um legume de cor madura na haste principal da planta (Tagliapietra et al., 2022).

Figura 2. Ilustração de planta de soja em estádio R7.
Adaptado: Oliveira Junior et al. (2016)

Logo, embora exista uma ampla variedade de produtos passíveis de aplicação foliar na cultura da soja, em diferentes estádios, conforme a recomendação dos fabricantes e a finalidade da aplicação, é importante ressaltar que aplicações foliares a partir do estádio R7 não geram impacto na produção de grãos ou sementes. Isso ocorre porque, a partir desse estágio, não há mais conexão entre a planta mãe e os grãos ou sementes (Zanon et al., 2018), tornando qualquer aplicação foliar ineficaz em termos produtivos.

Diante disso, é essencial avaliar o estádio de desenvolvimento da soja antes da aplicação de defensivos, fertilizantes foliares e/ou bioestimulantes, pois intervenções após R7 não proporcionam ganhos produtivos para a lavoura. No entanto, no caso da dessecação pré-colheita, essa prática deve ser realizada somente após o início da maturação fisiológica, a fim de evitar perdas de produtividade e a presença de resíduos de herbicidas nos grãos.


Veja Mais: Dessecação pré-colheita da soja


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Referências:

OLIVEIRA JUNIOR, A et al. ESTÁDIOS FENOLÓGICOS E MARCHA DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES DA SOJA. Embrapa Soja; Fortgreen, 2016. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1047123/estadios-fenologicos-e-marcha-de-absorcao-de-nutrientes-da-soja >, acesso em: 21/03/2025.

TAGLIAPIETRA, E. L. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2022.

ZANON, A. J. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 1, 2018.

 


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agromt

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