Categories: Sustentabilidade

Negócios com trigo foram pontuais em fevereiro com moinhos abastecidos e produtores cobrando alto – MAIS SOJA


Os negócios com trigo no mercado brasileiro seguem pontuais, com moinhos abastecidos e buscando prazos mais longos para retirada e pagamento. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, os produtores, cientes do aperto no abastecimento e dos custos de importação, mantêm pedidas acima do interesse dos compradores.

No Paraná, as ofertas de compra giram em torno de R$ 1.500/t, mas apenas vendedores com necessidade imediata aceitam esse valor. Quem pode esperar mantém pedidas a partir de R$ 1.550/t FOB.

A produção paranaense de 2024 foi de 2,38 milhões de toneladas, mas apenas 150 a 200 mil toneladas ainda estão disponíveis, menos de 5% da moagem estadual. Com 300 mil toneladas destinadas a semente e ração, o déficit local foi de 1,77 milhão de toneladas, parcialmente coberto pelo Rio Grande do Sul, que forneceu cerca de 470 mil toneladas.

Bento explica que para sustentar a moagem de 3,85 milhões de toneladas, o Paraná precisará importar 1,3 milhão de toneladas. Entre agosto de 2024 e fevereiro de 2025, os moinhos já importaram 475 mil toneladas, segundo maior volume do país, atrás apenas de São Paulo. No entanto, o volume ainda necessário no segundo semestre da temporada é recorde.

A paridade com origens extraestaduais definirá os preços, mas o Rio Grande do Sul não tem excedentes suficientes, deixando a Argentina como única alternativa viável. Com exportação a US$ 240/t, o trigo argentino chega a Curitiba a R$ 1.615/t CIF, com paridade no interior do estado próxima de R$ 1.535/t, já alinhada às pedidas dos vendedores.

No Rio Grande do Sul, único estado exportador, 75% da safra estimada de 3,95 milhões de toneladas já foi negociada. Deste total, 1,7 milhão de toneladas foram para exportação, 550 mil para consumo local, 470 mil para outros estados, 170 mil para sementes e 70 mil para ração. Com moagem estadual projetada em 1,9 milhão de toneladas, o saldo remanescente de 990 mil toneladas resulta em um déficit de 360 mil toneladas.

Os preços no Rio Grande do Sul indicam R$ 1.300/t para retirada imediata e até R$ 1.350/t para embarques em março, enquanto produtores resistem a vender abaixo de R$ 1.400/t. Durante a colheita, os preços ficaram atrelados à paridade de exportação, mas agora, com a forte saída para o mercado externo, os moinhos gaúchos precisarão recorrer à importação. A diferença entre o mercado interno e a paridade de importação já chega a 14%.

Fonte: Gabriel Nascimento / Safras News



 


Post Views: 3

agromt

Recent Posts

Destaques da semana Mais Soja – MAIS SOJA

O Portal de conteúdo Mais Soja reúne noticias e artigos sobre a cultura da Soja…

13 minutos ago

Resistência aos antimicrobianos é tema de fórum em Brasília

Brasília foi sede do I Fórum RAM AGRO 2025 – Aves e Suínos. Na ocasião,…

54 minutos ago

Produtora rural de Vera celebra conquistas na produção com apoio do Governo do Estado

Com assistência técnica da Empaer e auxílio da Seaf, Elisandra Vedovatto Hahn encontrou subsídios para…

2 horas ago

Inoculante biológico melhora crescimento de Paineira Rosa

Um estudo conduzido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), utilizando mudas de Paineira Rosa, conseguiu…

2 horas ago

Chuva não dá ‘trégua’ e previsão do tempo aponta risco de alagamentos e deslizamentos; saiba onde

A semana que se inicia nesta segunda-feira (11) deve trazer grandes contrastes climáticos para diversas…

3 horas ago

Governo de MT reforça apoio à agricultura familiar com mais de R$ 700 milhões de investimentos

Data marca o reconhecimento ao trabalho de homens e mulheres que produzem alimentos e sustentam…

3 horas ago