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Chicago/CBOT: A soja fechou dia em baixa, mas saldo da semana foi positivo – MAIS SOJA


Comentários referentes à 21/02/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 21/02

O contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,57%, ou $ -6,00 cents/bushel a $ 1039,50. A cotação de maio, fechou em baixa de -0,54% ou $ -5,75 cents/bushel a $ 1057,25. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -0,41 % ou $ -0,7 ton curta a $ 294,8 e o contrato de óleo de soja para março fechou em baixa de -0,95 % ou $ 0,45/libra-peso a $ 46,81.

ANÁLISE DA BAIXA

A soja negociada em Chicago fechou o dia em baixa, mas a semana com saldo positivo. Em uma semana mais curta, o relatório de vendas para exportação foi divulgado nesta sexta-feira. Apesar de melhor que o fraco relatório anterior, as vendas semanais foram 32% menores que a média das 4 semanas anteriores. O Brasil está, assim como no plantio, rapidamente compensando os atrasos na colheita e colocando novos grãos no mercado internacional. Com isso a soja fechou o acumulado da semana em alta de 0,34% ou $3,50 cents/bushel. O farelo de soja caiu -0,37% ou $-1,1 ton curta. O óleo de soja subiu 1,61% ou $ 0,74 libra peso.

Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA

a) Americanos trocam soja por milho: Segundo previsão do CoBank, um dos maiores provedores privados de crédito para a economia rural dos Estados Unidos, os agricultores destinarão 33,99 milhões de hectares ao cultivo de soja na safra 2025/2026, 3,57% abaixo dos 35,25 milhões de hectares cobertos na safra atual.

b) Redução das produções da Argentina e do Paraguai: as estimativas oficiais para a produção argentina de soja estão colocadas agora ao redor de 47,5 MT, contra 52 MT iniciais e as do Paraguai, em 10,7 MT, contra 11,20 MT iniciais;

c) No Brasil, a boa demanda por óleo de soja para biodiesel (B14) está mantendo os preços do óleo de soja 14,22% mais altos que no final de 2024, mas esta alta está sendo compensada pelos baixos preços do farelo de soja, que não tem a mesma demanda do óleo e é produto necessário do esmagamento. Bom para o óleo de soja, mas ruim para o grão e o farelo.

FATORES DE BAIXA

a) Tomada de lucros por queda no óleo de soja, entrada da safra brasileira no mercado e exportações fracas dos EUA: O mercado de soja terminou com perdas em Chicago, onde a semana deixou um leve saldo favorável.  O fechamento negativo do dia foi influenciado pela queda do valor do óleo (a posição de março perdeu US$ 9,92 e ficou com ajuste de US$ 1.031,96 por tonelada) devido à retirada de lucros pelos investidores após as recentes altas significativas; a pressão sazonal exercida pela entrada da safra brasileira no circuito comercial e um nível de exportações americanas que se manteve baixo.

b) EUA-exportações fracas: Em seu relatório semanal de exportações, referente ao período de 7 a 13 de fevereiro, o USDA informou hoje vendas de soja 2024/2025 de 480,3 mil toneladas, acima das magras 185,5 mil toneladas do relatório anterior e próximo da previsão máxima do setor privado, que movimentou um intervalo entre 100 mil e 500 mil toneladas. A agência observou que, embora as vendas tenham aumentado significativamente em comparação à semana anterior, “elas caíram 23% em comparação à média das últimas quatro semanas”. A China foi o principal comprador, com 101.200 toneladas.

c) Avanço da colheita no Brasil: Em seu relatório semanal, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) divulgou hoje um avanço semanal da colheita de soja em Mato Grosso de 16,08 pontos percentuais e elevou o avanço da colheita estadual para 66,16%, ante 76,44% no mesmo período de 2024 e a média de 65,63% dos últimos cinco anos.

d) No Brasil, dois fatores negativos na semana: 1) O adiamento da entrada em vigor do uso de B15 (15%) de biodiesel no diesel, que estava previsto desde 2023 para entrar em vigor agora em março de 2025. Isto recoloca no mercado cerca de 2,5 milhões de toneladas que estava previsto para aumentar no esmagamento das indústrias e é, portanto, uma notícia baixista; 2) A suspensão do financiamento agrícola oficial da safra 25/26 e as incertezas que isto gera no mercado (mesmo tentando consertar depois). Do lado dos produtores, como plantar sem financiamento? Como ficará o custo, com a taxa de
juros subindo sem parar, por dívidas do próprio governo? Do lado dos compradores, como fazer preço sem parâmetros de custos internos, como vender para os compradores internacionais sem garantias de que haverá disponibilidade suficiente, por retração dos produtores? Neste momento há mais dúvidas do que certezas no mercado brasileiro.

Fonte: T&F Agroeconômica



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agromt

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