Embora seja considerado um macronutriente secundário, o Cálcio (Ca) desempenha funções essências no metabolismo vegetal. De acordo com Paulilo; Viana; Randi (2015), o Cálcio é considerado um mensageiro secundário nos mecanismos de ação hormonal e de resposta da planta a fatores ambientais como a luz. Além disso, é importante na divisão celular, pois está envolvido na formação do fuso mitótico que orienta a deposição da lamela média, além de fazer parte da própria lamela média como pectato de cálcio. Também é necessário para a estabilização das membranas e regula a atividade de numerosas enzimas.
O Cálcio é um elemento estrutural que confere rigidez e estabilidade às paredes celulares, e também é sinalizador dos estímulos ambientais para as respostas fisiológicas (Santos et al., 2024). Considerando a quantidade acumulada e a exportada do nutriente pela soja, são necessários cerca de 22 kg de Ca por tonelada de soja produzida (tabela 1).
Na soja, a deficiência de Cálcio reduz o crescimento do meristema no caule, folha e raiz. Devido à baixa mobilidade do nutriente, os sintomas surgem primeiro nas folhas novas e pontos de crescimento. A emergência das folhas primárias é retardada, e elas apresentam deformação (encarquilhamento). Os botões terminais tornam-se necróticos, surgem faixas cloróticas estreitas, e o tecido entre as nervuras se enruga. Com a deterioração dos botões, os pecíolos colapsam, e as folhas primárias tornam-se moles, flexíveis e caem (Boerkert et al., 1994).
Figura 2. Sintomas de deficiência de Cálcio em soja.
A deficiência do Cálcio em soja, pode limitar a produtividade da cultura, além de causar distúrbios fisiológicos, afetando o crescimento e desenvolvimento da planta. Considerando a importância do cálcio para a cultura, é essencial garantir sua disponibilidade em níveis adequados. O calcário é a principal e mais utilizada fonte desse nutriente.
Embora existam outras fontes de cálcio na agricultura (Tabela 2), o custo-benefício da calagem torna o calcário a opção mais empregada, não apenas para suprir a demanda da planta, mas também para corrigir o pH do solo. Normalmente, a deficiência de Cálcio é observada e solos ácidos, com pH inadequado. No geral, solos que recebem calagem até atingir pH adequado, não apresentam deficiência de Cálcio.
Além do calcário calcítico, que contém menos de 5% de Mg e de 45% a 55% de Ca, também podem ser utilizados para calagem, o calcário Magnesiano, que apresenta 5 a 12% de Mg e de 40 a 42% de Cálcio, e o calcário Dolomítico que apresenta de 13% a 21% de Mg e 25 a 35% de Ca, ambos, são fontes de Cálcio.
A escolha do calcário deve-se levar em consideração a qualidade e as quantidades relativas de cálcio e magnésio, os teores de CaO + MgO devem ser superiores a 38%. Assim, para a definição de qual calcário vai ser utilizado, deve-se observar o balanço entre Ca e Mg no solo, os quais são obtidos através da análise química da fertilidade do solo. Vale destacar que, além da calagem, a adubação foliar também é uma forma de fornecer o nutriente para a planta, contudo, com menor eficiência (Costa, 2023).
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COSTA, V. O. CÁLCIO: QUAL A IMPORTÂNCIA DESSE MACRONUTRIENTE SECUNDÁRIO? Mais Soja, 2023. Disponível em: < https://maissoja.com.br/calcio-qual-a-importancia-desse-macronutriente-secundario/ >, acesso em: 21/02/2025.
IPNI. NUTRI-FATOS: INFORMAÇÃO AGRONÔMICA SOBRE NUTRIENTES PARA AS PLANTAS – CÁLCIO. Disponível em: < http://www.ipni.net/publication/nutrifacts-brasil.nsf/0/A2AA0F6CE94C4129832581860043F7F9/$FILE/NutriFacts-BRASIL-5.pdf >, acesso em: 21/02/2025.
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. FERTILIDADE DO SOLO E AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA. Embrapa Soja, Sistemas de Produção, n. 17, Tecnologia de Produção de soja, cap. 7, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 21/02/2025.
PAULILO, M. T. S.; VIANA, A. M.; RANDI, Á, M. FISIOLOGIA VEGETAL. Universidade Federal de Santa Catarina, 2015.
SANTOS, M. S. et al. GUIA ILUSTRADO DE DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS DA SOJA. Metrics, 2024.
VIECELLI, C. A. GUIA DE DEFICIÊNIAS NUTRICIONAIS EM PLANTAS. PUCPR Câmpus Toledo; Grupo Marista; ASSOESTE, 2017. Disponível em: < https://archivum.grupomarista.org.br/pergamumweb/vinculos//00005e/00005e1f.pdf >, acesso em: 21/02/2025.
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