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Controle químico do percevejo marrom – MAIS SOJA


O percevejo marrom (Euschistus heros) é uma das principais pragas que acometem a soja, causando danos tanto quantitativos quanto qualitativos, reduzindo a produtividade e qualidade da soja produzida. Os danos variam em função da densidade populacional da praga e estádio do desenvolvimento da soja atacada, sendo que, o período do enchimento de grãos, especificamente de R5.1 a R5.3 é a fase mais sensível da soja ao ataque dos percevejos.

Normalmente, a evolução populacional do percevejo na soja começa em R1 com início da colonização, e o início da reprodução acontece entre R2 e R3 (Embrapa, 2021). Caso não seja devidamente controlada, a densidade populacional da praga vai aumentando até R7, conforme corroborado por Sangiovo & Basso (2021).

Figura 1. Período crítico da ocorrência de percevejos em soja.

Considerando que o uso de inseticidas químicos registrados para a cultura é uma das principais e mais efetivas alternativas de controle dos percevejos em soja, posicionar adequadamente os inseticidas é determinante para um controle eficiente da praga na lavoura. Conforme orientações de manejo, o nível de ação para o controle do percevejo-marrom é de 1 ou mais percevejos ≥0,5cm por metro linear de soja para a produção de sementes, e de, 2 ou mais percevejos maiores de 0,5 cm por metro linear para a produção de grãos de soja (IRAC-BR).



Para tanto, é preciso conhecer a eficiência dos inseticidas no controle do percevejo marrom, bem como a suscetibilidade da praga a esses inseticidas. Avaliando a variação geográfica e interespecífica na suscetibilidade a inseticidas em populações de Euschistus heros  no sul do Brasil, Moreira et al. (2024) observaram que as populações desse percevejo, apresentaram alta mortalidade e variação geográfica e interespecífica relativamente baixa na suscetibilidade às doses de campo de acefato, etiprole, bifentrina, acetamiprido + bifentrina e imidacloprido + bifentrina.

O estudo demonstrou que para  E. heros, a maior variabilidade de suscetibilidade dos inseticidas foi verificada nos ativos tiametoxam, acetamiprido, lambda cialotrina e acetamiprido + fenpropatrina, evidenciando a importância da associação de inseticidas e a rotação de ativos

Figura 2. Variação geográfica na suscetibilidade de populações de Euschistus heros de diferentes regiões do Rio Grande do Sul à dose de campo de inseticidas selecionados em bioensaios dip-test. Barras (± desvio padrão) com letras diferentes diferem significativamente.
Fonte: Moreira et al. (2024)

Em suma, para um manejo eficiente do percevejo marrom em soja, é crucial realizar um monitoramento frequente das áreas de produção, e em função da variabilidade de suscetibilidade em função da região, para maior assertividade e efetividade no controle químico, deve-se dar preferencia pela associação de inseticidas e rotação de ingredientes ativos, dando prioridade a inseticidas de maior eficiência no controle do percevejo marrom.

Confira o estudo completo desenvolvido por Moreira e colaboradores (2024) clicando aqui!

Referências:

EMBRAPA. COMO MANEJAR PERCEVEJOS NA CULTURA DA SOJA. Embrapa, News, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/63509003/como-manejar-percevejos-na-cultura-da-soja#:~:text=O%20percevejo%20verde%2Dpequeno%20%C3%A9,dos%20gr%C3%A3os%20e%20o%20rendimento. >, acesso em: 19/02/2025.

IRAC-BR. MANEJO DA RESISTÊNICA DO PERCEVEJO MARROM A INSETICIDAS. Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas – Brasil. Disponível em: < https://www.irac-br.org/_files/ugd/6c1e70_23289b96aa09446f8e8a4091352aecaf.pdf >, acesso em: 19/02/2025.

MOREIRA, R. P. et al. GEOGRAPHIC AND INTERSPECIFIC VARIATION IN SUSCEPTIBILITY OF Euschistus heros AND Diceraeus furcatus (Hemiptera: Pentatomidae) TO SELECTED INSECTICIDES IN SOUTHERN BRAZIL. Crop Protection, 2024. Disponível em: < https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S026121942400053X >, acesso em: 19/02/2025.

SANGIOVO, M. J. R.; BASSO, C. J. ÉPOCA DE SEMEADURA E SUA INFLUÊNICA SOBRE A FLUTUAÇÃO DE PERCEVEJOS NA SOJA. Rev. Terra & Cult., Londrina, v. 37, n. 72, 2021. Disponível em: < http://periodicos.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/1469/1733 >, acesso em: 19/02/2025.

 


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