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Milho/RS: Condições climáticas favoreceram maturação das lavouras, colheita passou de 38% para 43% da área projetada – MAIS SOJA


O período seco e quente favoreceu a maturação das lavouras de milho, resultando em uma evolução significativa da colheita, que passou de 38% para 43% da área projetada. Na Região Oeste do Estado, a colheita foi concluída em diversos municípios. Nas lavouras semeadas no início do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), os resultados estão muito satisfatórios, com mínimas intercorrências causadas por condições adversas.

No entanto, os cultivos semeados mais tardiamente enfrentaram os impactos da estiagem, principalmente onde as precipitações foram baixas. Nessas áreas, as perdas tendem a ser expressivas, uma vez que há comprometimento do porte das plantas e da emissão foliar, além de impacto direto na polinização. Como o período de enchimento de grãos ainda não ocorreu, e não há previsões favoráveis de precipitação, o potencial produtivo da cultura segue sob risco elevado.

A Leste do Estado, onde a frequência de chuvas foi maior, os cultivos mais tardios apresentaram melhores condições.

Após as chuvas de final de janeiro, alguns produtores realizaram o plantio tardio. Contudo, em parte do Estado, os produtores decidiram implantar soja, pois o milho é mais sensível aos períodos de escassez hídrica e à elevação da incidência de cigarrinha (Dalbulus maidis).

Nas lavouras de milho safrinha, ainda em fase de emergência e desenvolvimento vegetativo inicial, há forte infestação de cigarrinhas, o que exige grande esforço no manejo fitossanitário.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em São Borja e Manoel Viana, a falta de precipitações favoreceu a conclusão da colheita. De modo geral, o desempenho da cultura foi satisfatório. Entretanto, a estiagem provocou quebras pontuais em lavouras que estavam no início da fase reprodutiva, em novembro, e ocasionou o encurtamento do ciclo da cultura. Nas lavouras em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos, novamente foram observados sintomas de estresse hídrico devido à redução da umidade no solo, causada pelas altas temperaturas. Em São Gabriel, dos 4 mil hectares implantados, apenas 30% encontram-se em maturação. A expectativa de produtividade está abaixo do previsto, uma vez que a deficiência hídrica resultou em senescência precoce da folhagem, impactando negativamente o peso médio dos grãos. Das lavouras implantadas mais tardiamente 20% estão em fase vegetativa e 50% em floração. Nessas áreas, as perdas serão mais expressivas, pois houve comprometimento do porte, da emissão foliar e da polinização.

Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, as lavouras encontram-se em enchimento de grãos e maturação. O potencial produtivo pode ser parcialmente afetado pelo volume de chuvas abaixo do ideal em janeiro. Na região das Hortênsias, a safra evolui dentro da normalidade, beneficiada pela regularidade das precipitações. Já na Serra, a distribuição irregular das chuvas resultou em déficit hídrico em diversas lavouras, em especial as tardias, que ainda estão em floração e enchimento de grãos.

Na de Erechim, 40% das lavouras encontram-se em enchimento de grãos, e 60% colhidos. A produtividade média projetada supera 9 mil kg/ha. Em áreas de sequeiro, alcança entre 13 mil e 14 mil kg/ha. As variações nos rendimentos estão diretamente relacionadas ao nível tecnológico empregado, como manejo adequado, genética das cultivares e estratégias de maximização do potencial produtivo.

Na de Frederico Westphalen, 90% foram colhidos; 10% encontram-se em fase de maturação. Apesar do estresse hídrico observado em diversas localidades, aproximadamente 80% das lavouras haviam definido seu potencial produtivo antes da intensificação da estiagem. Diante desse cenário, a produtividade regional projetada é de 8.640 kg/ha.

Na de Ijuí, a colheita avançou significativamente, atingindo 87% da área. A produtividade apresenta redução na produção, próxima a 8 mil kg/ha, e há grande variabilidade nos rendimentos. Produtividades inferiores a 6 mil kg/ha foram atípicas. Nas lavouras irrigadas, houve uma leve redução em relação à expectativa inicial, influenciada pelos períodos de temperaturas elevadas.

Na de Pelotas, a colheita está em andamento, mas prosseguem plantios pontuais em áreas pós-tabaco e silagem. A área semeada alcança 92% da estimada. Atualmente, 33% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo; 33% em pendoamento; 18% em enchimento de grãos; 2% em maturação; e 14% colhidos.

Na de Santa Maria, as perdas se intensificam semanalmente. Nas lavouras de plantio tardio, os danos são severos; em muitas, há perdas totais. Já as de plantio precoce, em geral, mantiveram a produtividade esperada. A escassez hídrica impediu a implantação da segunda safra na maioria das localidades.

Na de Santa Rosa, a colheita do milho do cedo está praticamente concluída, abrangendo 92% da área cultivada. A maioria das lavouras colhidas foi substituída por soja safrinha, reduzindo a área total de milho grão na região. O plantio de milho safrinha para grãos está pouco expressivo em função da maior vulnerabilidade à estiagem e à alta incidência de cigarrinha. Das lavouras remanescentes 7% estão em desenvolvimento vegetativo e 1% em enchimento de grãos. A produtividade média regional estimada, considerando lavouras de sequeiro e irrigadas, é de 7.404 kg/ha.

Na de Soledade, a colheita do milho semeado no cedo avançou. No Baixo Vale do Rio Pardo, alcança 50%, e nas regiões mais altas está em fase inicial. As produtividades são variáveis. Algumas lavouras atingem até 10 mil kg/ha, e outras registram rendimentos menores em decorrência da estiagem, demandando o acionamento do Proagro em alguns casos. As lavouras tardias, implantadas em restevas, encontram-se majoritariamente em desenvolvimento vegetativo, floração ou enchimento de grãos. Contudo, as condições estão melhores nas altitudes mais elevadas, onde as chuvas foram mais frequentes.

Comercialização (saca de 60 quilos) O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,50%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 67,45 para R$ 67,79.

Confira o Informativo Conjuntura n° 1852 completo, clicando aqui!

Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1853

Site: EMATER/RS


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