Popularmente conhecidas como DFCs, as doenças de final de ciclo da soja podem expressar significativas perdas de produtividade e/ou redução da qualidade dos grãos ou sementes produtivas. Ainda que sejam consideradas de final de ciclo da soja, algumas DFCs têm seu desenvolvimento ainda no início do ciclo da soja.
Dentre as principais DFCs que acometem a soja, podemos destacar, a Septoriose em soja (Septoria glycines), oídio (Microsphaera diffusa), mancha-olho-de-rã (Cercospora sojina), mancha-parda (Septoria glycines), crestamento foliar e mancha púrpura (Cercospora kikuchii), mancha-alvo (Corynespora cassiicola), antracnose (Colletotrichum truncatum) e a ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi).
Mesmo que tenha maior foco no início e meio do desenvolvimento da soja, por ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da cultura, a ferrugem-asiática também é considerada uma DFC. Dentre as DFCs citadas anteriormente, o crestamento foliar de cercospora, doença causada pelo fungo (Cercospora kikuchii), é a doenças de maior importância economia, uma vez que além de reduzir a produtividade da soja, afeta a qualidade das sementes produzidas (mancha purpura). Além das DFCs, uma série de outras doenças podem acometer a soja, causando danos significativos a produtividade e/ou qualidade da soja produzida (figura 2).
Mesmo com a ocorrência de DFCs em soja, é notório que em alguns casos, há a redução do número de aplicações de fungicidas em soja, principalmente em função do custo de produção envolvido e da baixa pressão de inóculo em alguns anos. Entretanto, o número de aplicações de fungicidas está diretamente relacionado a produtividade da soja, o que demonstra que tanto as aplicações do início do ciclo quando as do final, desempenham importante papel na manutenção da produtividade da cultura.
Conforme observado por Tura (2023), avaliando o efeito do número de aplicações de fungicidas foliares sobre a produtividade das lavouras de soja no Sul do Brasil, cada aplicação de fungicida entre uma e quatro e dois décimos de aplicações, proporciona aumento da produtividade de 599,8 kg ha-1, sendo que, as maiores probabilidades de se obter altas produtividades foram observadas para as lavouras que receberam um número maior de aplicação de fungicidas (figura 3).
Para quatro e cinco aplicações de fungicidas, a probabilidade de obtenção de produtividade acima da média (3056,5 kg ha-1) foi de 74% e 92%, respectivamente, demonstrando a importância de se manter o número de aplicações em soja. Esse fato contribui também de certa forma, para a redução do impacto das DFCs em soja, favorecendo a manutenção do potencial produtivo da cultura.
Em suma, as DFCs em soja podem ter início de desenvolvimento ainda nos estádios iniciais da planta, mesmo que os sintomas sejam expressos no final do ciclo da cultura, e a manutenção do programa de fungicidas, conservando o número de aplicações desses defensivos, é determinante para reduzir o impacto negativo das doenças em soja, assegurando boa produtividade da cultura.
TURA, E. F. EXPLICANDO A CONTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE APLICAÇÕES DE FUNGICIDAS FOLIARES NA PRODUTIVIDADE DE LAVOURAS DE SOJA. Universidade Federal de Santa Maria, Dissertação de Mestrado, 2023. Disponível em: < https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/30300/DIS_PPGEA_2023_TURA_ENRICO.pdf?sequence=1&isAllowed=y >, acesso em: 05/06/2024.
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