“Arrisquei e perdi”, diz Botelho sobre arrependimento de disputar prefeitura da capital

Conteúdo/ODOC – No último dia como presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado Eduardo Botelho (União Brasil) admitiu arrependimento por ter disputado a eleição para a Prefeitura de Cuiabá em 2024 e não ter permanecido na Mesa Diretora da Casa. A declaração foi feita durante um café da manhã com a imprensa nesta sexta-feira (31).

Botelho revelou que foi alertado sobre a decisão pelo atual primeiro-secretário e futuro presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), que sugeriu inverter a parceria que mantinham há anos no comando do Legislativo. “Se eu falar que não me arrependo, estou mentindo. Me arrependo, sim. Mas, naquele momento, eu não via necessidade de disputar a Mesa. Tudo indicava que eu ganharia a eleição para prefeito. As pesquisas mostravam isso, todos acreditavam, até vocês da imprensa diziam isso”, afirmou.

O parlamentar disputou o comando do Palácio Alencastro, mas terminou a corrida eleitoral em terceiro lugar, com 88.977 votos, ficando atrás de Lúdio Cabral (PT), que obteve 90.719 votos, e de Abílio Brunini (PL), que liderou o pleito com 126.944 votos e venceu o segundo turno.

Apesar da derrota, Botelho disse que encarou a candidatura como um risco natural da política. “Arrependo até de ter participado da eleição. Se soubesse que ia perder, nem teria me candidatado. Mas isso não existe no mundo real. Você acredita em algo, tem obstinação e corre atrás. Empresário também corre riscos, alguns quebram. É um risco na política também. Arrisquei, perdi e faz parte”, comparou.

Durante a conversa com jornalistas, Botelho desabafou sobre a mudança no tratamento que vem recebendo após a derrota e a perda de influência política. “Evidentemente que muda, não adianta. O poder é assim, faz parte. Meu telefone tocava todo dia, era mensagem o tempo inteiro, agora não recebo mais. São os ‘amigos do poder’. Isso é normal, a gente tem que entender”, disse.

Questionado sobre nomes de aliados que se afastaram, o deputado preferiu não citar ninguém. “Tem algumas pessoas, lógico, que antes atendiam na hora quando eu ligava, agora já não atendem mais. Isso está acontecendo, vai acontecer, mas faz parte do poder. Não é só comigo”, completou.