A fenologia da soja é uma ferramenta essencial para técnicos e produtores, pois auxilia na definição de estratégias e práticas de manejo alinhadas às necessidades da cultura. Além disso, o conhecimento sobre a fenologia contribui para uma comunicação mais clara e eficiente no campo, reduzindo falhas. Entender as diferentes fases do desenvolvimento da planta é crucial para identificar os cuidados e as demandas da soja ao longo de seu ciclo.
A escala fenológica da soja proposta por Fehr & Caviness (1977) é classificação fenológica mais utilizada no mundo para a cultura. Essa escala divide os estádios de desenvolvimento da soja em vegetativo (V) e reprodutivo (R), identificando com precisão o estádio de desenvolvimento da planta (Farias; Nepomuceno; Neumaier, 2007).
Estádios específicos são identificados por números, após o V ou o R. VE (emergência) e VC (cotilédone) são identificados apenas por letras. A partir do VC, Fehr & Caviness (1977) caracterizam os estádios vegetativos, usando o desenvolvimento da folha imediatamente acima. No entanto, vale destacar que, é considerada completamente desenvolvida uma folha aberta e cujas bordas dos folíolos da folha do nó imediatamente superior não mais se tocam (Neumaier et al., 2020).
Conforme estabelecido pela escala de Fehr & Caviness (1977), exceto para VE e VC, as subdivisões dos estádios vegetativos são numeradas na sequência: V1, V2, V3, V4, V5, V6,… Vn, a partir do primeiro nó com folhas verdadeiras completamente desenvolvidas (Neumaier et al., 2020).
Denominados pela letra “R”, de acordo com Neumaier et al. (2020), o período reprodutivo apresenta quatro fases: florescimento (R1 e R2), desenvolvimento de vagens (R3 e R4), desenvolvimento de grãos (R5 e R6) e maturação da planta (R7 e R8).
Tabela 2. . Descrição dos estádios reprodutivos da soja.
Originalmente, a escala proposta por Fehr e Caviness (1977) não incluía a subdivisão dos estádios de desenvolvimento durante o período reprodutivo. No entanto, essa subdivisão tornou-se indispensável para aprimorar o manejo e o posicionamento das práticas na cultura da soja. Como destacado por Farias, Nepomuceno e Neumaier (2007); Ritchie et al. (1977) propuseram um detalhamento maior do estádio R5, subdividindo-o em R5.1, R5.2, R5.3, R5.4 e R5.5, em que:
Na prática a fenologia da soja serve como base para estabelecer determinadas práticas de manejo, bem como períodos críticos do desenvolvimento da cultura. Ainda que varie em função da cultivar, condições climáticas e ambientais, a mudança de estádios na soja ocorre entre 5 a 7 dias. Nestes estádios podem ser realizados manejos específicos visando o máximo aproveitamento da atividade e também o melhor aproveitamento por parte da planta (Cosmo; Galeriani; Zanetti, 2019). Nesse sentido, a fenologia serve para simplificar a determinação do período de realização das práticas de manejo (figura 2).
Em suma, pode-se dizer que os manejos relacionados a cultura da soja devem ser realizados de acordo com os estádios de desenvolvimento da cultura, condições climáticas e ambientais e sensibilidade a períodos críticos, sendo a fenologia, uma ferramenta determinante para embasar práticas de manejo.
Vale destacar que dependendo da cultivar, região de cultivo e condições ambientais, algumas pragas, doenças e/ou plantas daninhas podem variar ou até mesmo apresentar maior participação durante o ciclo de desenvolvimento da soja. Sobretudo, conhecer os diferentes estádios do desenvolvimento da cultura contribui para direcionar práticas de manejo na lavoura.
COSMO, B. M. N.; GALERIANI, T. M.; ZANETTI, W. A. L. APLICAÇÃO PRÁTICA DA ESCALA FENOLÓGICA NA CULTURA DA SOJA. II Congresso Online para o Aumento da Produtividade do Milho e Soja – COMSOJA, 2019. Disponível em: < https://www.even3.com.br/anais/comsoja/175550-aplicacao-pratica-da-escala-fenologica-na-cultura-da-soja/ >, acesso em: 28/01/2025.
MAIER, N. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA. Embrapa Soja, Sistemas de Produção, n. 17, Tecnologias de Produção de Soja, cap. 2, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 28/01/2025.
FARIAS, J. R. B.; NEPOMUCENO, A. L.; NEUMAIER, N. ECOFISIOLOGIA DA SOJA. Embrapa, Circular Técnica, n. 48, 2007. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/470308 >, acesso em: 28/01/2025.
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