Com danos característicos na parte aérea da soja, os ácaros pertencentes a família Tetranychidae, dentre os principais, o ácaro-rajado (Tetranychus urticae), e os ácaros vermelhos (Tetranychus ludeni, Tetranychus desertorum e Tetranychus gigas), são pragas comuns em soja, especialmente em anos secos.
O ataque dos ácaros prejudica a atividade fotossintética da folha, reduzindo sua capacidade em realizar a fotossíntese e translocar fotoassimilados para os grãos, reduzindo assim, a produtividade da cultura. Geralmente os sintomas são observados inicialmente em pequenas reboleiras na lavoura, contudo, em casos de ataque intenso, reboleiras vizinhas podem se fundir formando grandes áreas atacadas, podendo ocorrer queda prematura de folhas (Sosa-Gómez et al., 2023).
Os danos variam em função da infestação da praga e estádio do desenvolvimento da soja. Resultados de pesquisas demonstram que, sob condições extremas, perdas de produtividade de até 4,5 sacas de soja/ha podem ser observadas, caso as devidas medidas de controle não sejam adotadas (Roggia & Sosa-Gómez, 2012). Vale destacar que, a ocorrência de estiagem é o principal fator que favorece o ataque de ácaros (Tetranychidae) na soja, visto que, esses ácaros são considerados sensíveis a chuva.
Manejo e cuidados
Além das condições ambientais, algumas práticas de manejo, principalmente o manejo fitossanitário inapropriado podem favorecer o desenvolvimento dos ácaros em soja, tornando necessário maior cautela para o controle dessa praga. Inseticidas pouco seletivos, como os piretróides, são prejudiciais aos predadores de ácaros-praga. Semelhantemente, fungicidas usados para controle da ferrugem-da-soja prejudicam fungos que controlam naturalmente os ácaros-praga. Não menos importante, inseticidas neonicotinóides, usados para o controle de percevejos, alteram os padrões de oviposição dos ácaros e podem favorecer esta praga (Roggia & Sosa-Gómez, 2012).
Nesse sentido, a escolha de inseticidas para o manejo de pragas da soja é determinante para o manejo dos ácaros, sendo desejável, o uso de produtos que não favoreçam o aumento populacional de ácaros ou que apresentem algum nível de supressão dessa praga. Além disso, deve-se adotar medidas integradas de manejo, como evitar o uso de inseticidas piretróides na cultura; evitar a antecipação da aplicação de fungicidas para o controle da ferrugem-da-soja (uso racional de fungicidas) e usar inseticidas neonicotinóides+piretróides para percevejos apenas quando for atingido o nível de controle, a partir da fase de formação de vagens-R3(Roggia & Sosa-Gómez, 2012).
IRAC-BR. Tetranychus urticae (ÁCARO-RAJADO): UM DOS ÁCAROS DE MAIOR IMPORTÂNCIA ECONÔMICA. Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas, 2022. Disponível em: < https://www.irac-br.org/single-post/tetranychus-urticae-%C3%A1caro-rajado-um-dos-%C3%A1caros-de-maior-import%C3%A2ncia-econ%C3%B4mica >, acesso em: 21/01/2025.
SOSA-GÓMEZ, D. R. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS E OUTROS INVERTEBRADOS DA CULTURA DA SOJA. Ed.4 Embrapa, Documentos, n. 269, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1152855 >, acesso em: 21/01/2025.
ROGGIA, S.; SOSA-GÓMEZ, D. R. MANEJO DE ÁCAROS-PRAGA EM SOJA. Embrapa Soja, 2012. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/54312/1/folder-acaros-soja-COAMO.pdf >, acesso em: 21/05/2024.
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