Em conversa com os presidentes da Aprosojas Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o Soja Brasil teve a oportunidade de entender como os produtores de soja da região Sul têm enfrentado os desafios climáticos. De soluções inovadoras à adaptação de práticas agrícolas, os líderes das associações de soja do país compartilharam as estratégias que estão sendo adotadas para minimizar os impactos das mudanças climáticas nas lavouras
Os últimos anos têm sido desafiadores para os produtores de soja nas três regiões. De acordo com Ireneu Orth, presidente da Aprosoja RS, o Rio Grande do Sul está vivendo um período crítico, com escassez de chuvas desde o final do ciclo de plantio, iniciado em setembro
Segundo Orth, ot histórico de secas severas no estado, como a de 1941, onde a produção foi drasticamente afetada, é citado como um exemplo da imprevisibilidade do clima. Mesmo com esforços para mitigar os danos por meio de irrigação, o fator climático continua sendo incontrolável, e a adaptação continua sendo uma tarefa árdua e de longo prazo.
No Matopiba, por outro lado, as condições climáticas são mais favoráveis, com chuvas regulares nos últimos anos. Porém, o presidente da Aprosoja RS lembra que a variabilidade climática é cíclica, e as condições de seca que afetaram o estado anteriormente podem voltar a se repetir em outras regiões.
A tecnologia tem sido uma grande aliada na busca por soluções para melhorar a eficiência da produção. Sistemas de irrigação, como os pivôs centrais, têm se mostrado eficazes, mas ainda são limitados pela disponibilidade de água e energia. Segundo Ireneu Orth, a viabilidade do uso de irrigação depende de fatores como a disponibilidade de poços artesianos, barragens e, principalmente, o custo de energia. O investimento em tecnologia de irrigação está crescendo, mas ainda não atinge uma parte da área agrícola, o que dificulta uma adaptação completa.
Além disso, os produtores têm investido em tecnologias para aprimorar o plantio, como plantadeiras mais precisas e sementes de melhor qualidade. O uso do Plantio Direto também tem se mostrado uma estratégia eficiente, pois permite que a soja se desenvolva mesmo em condições de escassez de água, por meio de uma boa palhada que retém a umidade do solo.
De acordo com Eduardo Cassiano, presidente da Aprosoja Paraná, a seca tem se intensificado nos últimos três anos, tornando-se um desafio constante. A principal estratégia tem sido a adaptação das práticas culturais, com o uso de calagem e subsolagem para melhorar a qualidade do solo. Porém, como ele destaca, essas soluções apenas mitigam os efeitos de estiagens curtas. Quando a seca se prolonga, os produtores ficam à mercê da falta de chuvas, o que impossibilita manter a produção em níveis sustentáveis. Gabriel enfatiza que o desafio é real e a realidade da seca severa não pode ser subestimada.
Os presidentes também destacaram as lições aprendidas com os últimos ciclos de produção. Para Alexandre Alvadi Di Domenico, presidente da Aprosoja SC, a cautela no momento do plantio é importante. Com mais de 60% dos custos atrelados ao plantio, ele destaca que um plantio bem feito, dentro do período ideal, com sementes de qualidade e uma boa fertilidade do solo, são fatores que minimizam os riscos e garantem melhores resultados. A tecnologia, seja em sementes ou em equipamentos, tem sido fundamental para aumentar a precisão no plantio e garantir que a soja resista melhor às condições climáticas adversas.
Embora a variabilidade climática continue a ser um desafio, a constante adaptação dos produtores, o uso de tecnologias avançadas e práticas agrícolas mais sustentáveis têm mostrado que é possível atravessar períodos de dificuldades. No entanto, as soluções estão longe de serem completas e requerem esforços contínuos e investimentos a longo prazo.
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